Expansão e Redução da Cultura
Egoísmo do Estado
"Duas correntes aparentemente opostas, ambas nefastas nos seus efeitos e finalmente unidas nos seus resultados, dominam hoje os nossos estabelecimentos de ensino, originalmente fundados em bases totalmente diferentes: por um lado, a tendência de estender tanto quanto possível a cultura, por outro lado a tendência a reduzi-la e enfraquecê-la. De acordo com a primeira tendência, a cultura deve ser levada a círculos cada vez mais amplos; de acordo com a segunda, se exige da cultura que ela abandone suas mais elevadas pretensões de soberania e se submeta como uma serva de outra forma de vida, especialmente aquela do Estado."
Sendo responsável pela maior rede pública de ensino da América Latina,
com 1.063 escolas, 255 creches próprias e outras 177 conveniadas e 10 espaços de
educação infantil, abrangendo o atendimento à Educação Infantil (0 a 5 anos), ao
Ensino Fundamental Regular (1° ao 9° ano) e à Educação de Jovens e Adultos, a
Secretaria Municipal de Educação da Cidade do Rio de Janeiro (SME) tem como
missão:
(...) a elaboração da política educacional do município do Rio de Janeiro, coordenar a sua implantação e avaliar os resultados. Dessa forma, a SME vai assegurar a excelência na Educação no Ensino Fundamental e na Educação Infantil, de maneira a contribuir para formar indivíduos autônomos e habilitados a se desenvolver profissionalmente e como cidadãos.
No Rio de Janeiro, a cultura foi extremamente estendida e consequentemente enfraquecida. Se interpretarmos a educação como manifestação cultural, podemos dizer que nossa cultura está a mercê do Estado.
O governo do Estado do Rio de Janeiro é meritocrático, promove a desigualdade e a competição ao invés de cultivar o sentimento de união e cooperação. Além de evaporar a qualidade do ensino devido ao currículo mínimo - português e matemática - que são exaustivamente cobrados nas diversas provas de avaliação em massa aplicadas pela SME, a fim de ranquear as notas das escolas.
O Estado é egoísta uma vez que nega ao seu povo o direito a ter uma educação voltada para a formação integral do ser humano, que inclui o contato com a natureza, o questionamento filosófico e a prática das artes ao invés disto nos é oferecida uma educação voltada para preencher rapidamente quadros de funcionários; esta educação carcereira é considerada por Nietzsche como antinatural.
Referências
Nietzsche F. Escritos sobre Educação. Trad. Noeli Sobrinho. Rio de Janeiro: Ed. Loyola, 2014.
Site da SME http://www.rio.rj.gov.br/web/sme
Super interessante!
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